Mini-implantes Ortodônticos

O mini-implante ortodôntico é um auxiliar no tratamento ortodôntico

O nome assusta, pois é logo comparado ao implante tradicional, colocado cirurgicamente para substituição de
um dente ausente. Mas só tem em comum a composição, titânio, mas não na mesma proporção. O mini-implante ortodontico tem compostos que não permitem a osseointegração, sendo removido facilmente do osso quando necessário.

Para fixar um mini-implante, escolhemos o local e anestesiamos o pontinho da mucosa que será perfurada. É uma anestesia superficial, somente “uma gotinha”, para interromper a sensibilidade neste ponto da mucosa e no periósteo (parte mais externa do osso) abaixo dela. Não é preciso uma cirurgia, cortar gengiva ou osso, nada disso. Não ultrapassa 10 mm para dentro do osso, e não existe dor na perfuração após o periósteo, por isso a anestesia não é profunda. E a expessura máxima existente é de 2 mm. É rosqueado manualmente e pode ser feito pelo próprio ortodontista. Para removê-lo é só desrosquear, e isso é feito sem anestesia e sem dor.

A “cabeça” do mini-implante ortodontico fica aparecendo na mucosa e é onde engatamos elásticos ou fios ortodônticos. Em muitos tratamentos ortodônticos precisamos aplicar grandes forças nos dentes, e apoiar essas forças em outros dentes pode ser arriscado, e às vezes contra-indicado. Até então, a solução era o uso de aparelho extra-oral, o famoso “freio de burro”. Com ele, o apoio é feito na nuca ou na cabeça, impedindo que dentes bem posicionados sofram a reação da força aplicada nos dentes mal-posicionados. Este é o princípio dos mini-implantes: aguentar a reação da força. Chamamos esse tipo de mecânica de “ancoragem ortodôntica”. O mini-implante substitui o aparelho extra-oral na maioria dos casos, mas não em casos ortopédicos, quando a atuação da força é no osso e não nos dentes. Explicando melhor: se é criança e está em fase de crescimento, usando extra-oral para “controlar” o crescimento da maxila, só ele resolve.

Agora veja as fotos deste texto. São de um adulto e queremos aplicar uma força grande para intruir (mover “para dentro” do osso) um dente superior extruído (que se moveu “para fora” do osso). Falta o dente inferior, e a extrusão ocorreu por falta de contato. Há casos em que o dente superior desce até tocar a gengiva inferior, onde deveria estar o dente perdido, o antagonista. Antes da existência do mini-implante a solução era “cortar” a coroa do dente, tratar o canal e reabilitar proteticamente. Outra solução era o uso do extra-oral, com apoio no topo da cabeça, uso de 24h por dia . Ou extrair o dente e reabilitar com implante ou prótese. Mas com os mini-implantes o movimento foi conseguido em apenas 4 meses, e o mais importante: o dente permaneceu hígido (preservado, sem desgastes).

Os mini-implantes também são auxiliares excelentes para distalizações e retrações (levar os dentes anteriores para trás), quando o tratamento ortodôntico envolve extrações dentárias e não podemos perder nem meio milímetro do espaço que foi conseguido. Nestes casos, sem o uso contínuo do extra-oral ou, atualmente, dos mini implantes ortodonticos, não conseguiríamos evitar a perda de ancoragem (movimento indesejável dos dentes posteriores para frente, ocupando o lugar das extrações). Quando ocorre esta perda de ancoragem torna-se impossível corrigir por completo a projeção dentária anterior (“dentuça”).

Esses são apenas alguns exemplos de como os miniimplantes ortodonticos são essenciais na ortodontia atual, substituindo o extra-oral com maior eficiência, tanto na ancoragem quanto na estética.

Quem tiver mais dúvidas ou quiser mais exemplos de indicações ou fotos de casos clínicos é só nos procurar.